Voltando da aula hoje, estava eu passando pela passarela e fiquEi a olhar o arroio diluvio (para quem não conhece de nome, é o arroio que passa pelo meio da avenida ipiranga e atravessa Porto Alegre de uma ponta a outra), mas como todo corrego que fica dentro de uma cidade (salvo raras, e eu digo raras, excessões) as vezes da vontade de virar a cara justamente para não ver a vergonha que é aquilo, garrafas, plasticos, pneus, potes de iogurte e outras coisas que boiam, e isso em dias normais, quando chove bastante, dai sim, se ve a quantidade de lixo que uma cidade pode ser porca o suficiente de jogar para dentro de um arroio.
Mas o que me chamou a atenção hoje foi uma garça que estava dentro d'água, ela era branca e contrastava com a "impureza" daquelas aguas imundas, então eu fiquei pensando: "como ela consegue?" num ambiente tão dificil para ser feliz, ela estava lá, viva, lutando, procurando alimento, talvez não na melhor das condições, mas ela estava vivendo, uma vidinha discreta dentro de uma grande metropole, mas mesmo assim importante, como cada uma das nossas vidinhas, que mesmo não tendo sempre as melhores condições (ou talvez nunca as tendo) continuamos vivendo nossas vidinhas discretas em metropoles por esse mundo afora....
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